sexta-feira, 20 de julho de 2012

Minha casa

                           aos amigos

Minha casa, tem cheiro de mim
parece comigo. Tem flores e quadros
sinos de vento tinindo, tinindo
tal cadência de cabras marcando
compasso de volta ao curral
à tardinha, chegando.

- Os sinos tocam: pode entrar.
- Mas, antes, tire os sapatos
e dexe-os atrás da porta
para a sala não sujar.
- A casa é sua, pode na sala sentar.
Fique a vontade, para as fotos olhar.

- As mágoas, deixe-as lá fora
para o vento maroto levar.
Junte os segredos aos meus,
guardando-os em partes iguais
perto do vaso de flores,
para sempre relembrar.

-Os poemas, pode ler, se quizer:
versos para de amor falar.
- Ao sair, nunca esqueça:
falamos dos sonhos mais lindos,
e tristezas, é bom apagar.
- Sim, não esqueça dos sapatos calçar!

- Retratos de amores ausentes,
em meu quarto, é bom olhar.
Bolsas, colares de cores à mostra
e um espelho para me arrumar.
Jesus, Santa Rita e a Mãe dos Aflitos
são para à tarde o Terço rezar!

Encontro inesperado

Na tarde tão distante

teu abraço Pai, tornou-me frágil

ínfima para mudar meu destino...

À noite, as estrelas confundiram-me:

rolou pranto em minha face.