tag:blogger.com,1999:blog-74054491329728086752024-03-04T22:08:09.432-08:00MARIA CABOCLAEste blog destina-se às pessoas que, como eu, amam a poesia e a arte de um modo geral. Sejam bem-vindos!Maria José Mamedehttp://www.blogger.com/profile/17126375682818120194noreply@blogger.comBlogger78125tag:blogger.com,1999:blog-7405449132972808675.post-32217537675932469622012-08-04T06:46:00.002-07:002012-08-07T12:26:20.468-07:00LOUVOR DE SERTANEJO, de Maria José Mamede GalvãoGratidão, louvor a Deus pela Estrela d´Alva<br />
prenúncio de luz - cores ao amnhecer.<br />
Oro, ante contrastes da terra do Seridó:<br />
da janela,canto a natureza para agradecer<br />
a Deus - Pico do Tororó, Sant´Ana, devoção<br />
primeira do que fincaram marcas de poder.<br />
<br />
Louvor a Deus e às belezas da terra<br />
- cactus espinhentos e sombras do juazeiro<br />
cardeiro em flor, tamarineiras pelos caminhos<br />
ofertando sombra e frescor ao caminheiro!<br />
Olho os céus, faço uma prece de joelhos:<br />
- meu Deus, mande chuva o ano inteiro!<br />
<br />
Oh Deus, do chão o minério acabou<br />
sumiram as flores amarelas do algodão!<br />
Oh Deus, proteja o homem sertanejo:<br />
dê-lhe coragem, força, amor no coração,<br />
dê-lhe saúde, paz, Luz - mostrando<br />
seus caminhos -, semelhante à oração!<br />
<br />
Louvo a Deus, pelas serras aniladas<br />
vento quente varrendo pedras, varrendo chão!<br />
Louvo a Deus, pela Pedra do Navio-Cruzeiro, <br />
Festa do Agricultor, da Imaculada Conceição!<br />
Pelo Cristo-Rei, nos abraçando<br />
- agradeço pela Fé, pelo Amor no coração!<br />
<br />
De cactus brotam flores - as do cardeiro<br />
tal qual estrelas nos alvores do sertão!<br />
Do facheiro aveludado, espinhos rogam aos céus<br />
o milagre da chuva, semelhante a oração!<br />
Meu Deus! Agradeço compungida, esse milagre:<br />
águas do céu, águas da terra pra banhar meu coração!<br />
<br />
(Poema elaborado em homenagem à Festa de Sant´Ana de Currais Novos).<br />
<br />Maria José Mamedehttp://www.blogger.com/profile/17126375682818120194noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7405449132972808675.post-15479585996041459872012-08-04T05:54:00.001-07:002012-08-04T05:54:11.202-07:00PARA SEMPRE, Carlos Drumond de AndradePor que Deus permite que as mães vão embora?<br />
Mãe não tem limite, é tempo sem hora,<br />
Luz que não se apaga quando sopra o vento<br />
e a chuva desaba, veludo escondido<br />
na pele enrugada, água pura, ar puro, <br />
puro pensamento.<br />
<br />
Morrer acontece com o que é breve<br />
e passa sem deixar vestígio.<br />
<br />
Fosse eu o Rei do Mundo,<br />
baixava uma lei:<br />
Mãe não morre nunca, mãe ficará sempre<br />
junto de seu filho e ele, velho embora,<br />
será pequenino<br />
<br />
Feito grão de milho.<br />
<br />
(Socializo este belíssimo poema de Drumond para uma reflexão com Mães e Filhos deste Brasil. Meu abraço, Maria José).Maria José Mamedehttp://www.blogger.com/profile/17126375682818120194noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7405449132972808675.post-71751148012462560302012-07-20T05:17:00.000-07:002012-07-20T05:17:42.362-07:00Minha casa aos amigos<br />
<br />
Minha casa, tem cheiro de mim<br />
parece comigo. Tem flores e quadros<br />
sinos de vento tinindo, tinindo<br />
tal cadência de cabras marcando<br />
compasso de volta ao curral<br />
à tardinha, chegando.<br />
<br />
- Os sinos tocam: pode entrar.<br />
- Mas, antes, tire os sapatos<br />
e dexe-os atrás da porta <br />
para a sala não sujar.<br />
- A casa é sua, pode na sala sentar.<br />
Fique a vontade, para as fotos olhar.<br />
<br />
- As mágoas, deixe-as lá fora<br />
para o vento maroto levar.<br />
Junte os segredos aos meus,<br />
guardando-os em partes iguais<br />
perto do vaso de flores,<br />
para sempre relembrar.<br />
<br />
-Os poemas, pode ler, se quizer:<br />
versos para de amor falar.<br />
- Ao sair, nunca esqueça:<br />
falamos dos sonhos mais lindos,<br />
e tristezas, é bom apagar.<br />
- Sim, não esqueça dos sapatos calçar!<br />
<br />
- Retratos de amores ausentes,<br />
em meu quarto, é bom olhar.<br />
Bolsas, colares de cores à mostra<br />
e um espelho para me arrumar.<br />
Jesus, Santa Rita e a Mãe dos Aflitos<br />
são para à tarde o Terço rezar!Maria José Mamedehttp://www.blogger.com/profile/17126375682818120194noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7405449132972808675.post-19224962583393383282012-07-20T05:07:00.000-07:002012-08-04T05:55:50.696-07:00Maria José Mamedehttp://www.blogger.com/profile/17126375682818120194noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7405449132972808675.post-56299111180873313442012-07-20T05:02:00.002-07:002012-07-20T05:02:16.628-07:00Encontro inesperadoNa tarde tão distante<br />
<br />
teu abraço Pai, tornou-me frágil<br />
<br />
ínfima para mudar meu destino...<br />
<br />
À noite, as estrelas confundiram-me:<br />
<br />
rolou pranto em minha face.Maria José Mamedehttp://www.blogger.com/profile/17126375682818120194noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7405449132972808675.post-51593361151241767302012-01-08T10:34:00.000-08:002012-01-08T10:41:42.596-08:00AQUARELATodos ainda dormem.<br />E o sereno da manhã nascitura<br />veste de branco<br />(como num instante úmico)<br />o verde dos roçados bordados<br />de flores amarelas<br />respirando, de longe, o ar<br />que das serras desce.<br /><br />E folhas secas<br />enroladas pelo vento andarilho<br />forram os caminhos quentes da tarde<br />minorando as dores e a solidão<br />ao retorno do homem sertanejo.Maria José Mamedehttp://www.blogger.com/profile/17126375682818120194noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7405449132972808675.post-17842636343180187962012-01-07T05:57:00.000-08:002012-01-07T06:04:02.224-08:00QUANDO MEU NATAL CHEGOU?Quando meu Natal chegou?<br />Não lembro órgão tocando<br />nem vozes sonoras em festa<br />na Matriz, sinos bimbalhando!<br /><br />Não gravei cânticos das Lapinhas<br />nem imagens alegres de ceias.<br />No Natal, apenas, voz de Mamãe<br />chamando todos a dormir.<br /><br />No outro dia, chinelinhas<br />de arrasto se enfeitaram com<br />bebés de celulóide, bonecas de pano<br />e um punhado de confeitos coloridos...Maria José Mamedehttp://www.blogger.com/profile/17126375682818120194noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7405449132972808675.post-41087639458689227852011-06-08T02:21:00.000-07:002011-06-08T02:33:58.636-07:00VISÃOVí-te ao longe,<br /><br />caminhavas para mim.<br /><br />Olhei-te outra vez. A porta azul rangeu.<br /><br />Esperei teus afagos, teus abraços.<br /><br />Procurei-te, não te encontrei,<br /><br />a escuridão da noite <br /><br />me envolvia. Ventos frios sopravam<br /><br />vindos das serras azuis. Era a saudade,<br /><br />apenas, o amor que ficou.Maria José Mamedehttp://www.blogger.com/profile/17126375682818120194noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7405449132972808675.post-79783692929988235762011-06-07T12:31:00.000-07:002011-06-07T12:57:52.313-07:00ChorarComo chorar<br /><br />se os rios nascentes de meus olhos<br /><br />secaram suas águas?<br /><br />Mágoa, saudade, solidão<br /><br />enrijeceram as veredas<br /><br />de meu coração.Maria José Mamedehttp://www.blogger.com/profile/17126375682818120194noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7405449132972808675.post-28587381242562489252011-06-07T12:00:00.000-07:002011-06-07T12:05:36.692-07:00Aos que amamTantas palavras desenhadas,<br /><br />tantas ouvi.<br /><br />Tantos risos, tantas cantigas cantadas<br /><br />tanto amor, eu percebi.<br /><br />Tanta emoção, tanto bater do coração<br /><br />mas o teu, eu não senti.Maria José Mamedehttp://www.blogger.com/profile/17126375682818120194noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7405449132972808675.post-23683946541784676192010-12-13T10:41:00.000-08:002010-12-14T01:49:35.634-08:00Retratoa Zila (in memórian)<br /><br /><br /><br />Em caixa guardado<br /><br />sozinha furtei<br /><br />retrato amado<br /><br />pra ele olhei.<br /><br /><br /><br />A vejo de perto<br /><br />de olhos tristonhos<br /><br />olheiras pintadas<br /><br />escondem seus sonhos.<br /><br /><br /><br />Cabelos sedosos<br /><br />nos ombros caindo<br /><br />contornam a face<br /><br />amada - que lindo!<br /><br /><br /><br />Seu vulto menina<br /><br />faceiro, risonho<br /><br />- embora bem longe<br /><br />falava de sonho.<br /><br /><br /><br />Fecho meus olhos:<br /><br />de musgos molhada<br /><br />vejo outra face<br /><br />no mar encantad!Maria José Mamedehttp://www.blogger.com/profile/17126375682818120194noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7405449132972808675.post-11468746574866846582010-12-13T09:46:00.000-08:002010-12-13T10:30:17.355-08:00Tributo a ZilaSe você estivesse entre nós, eu cantaria uma canção, como seu canto de amor à terra, com versos de flor do campo; faria ume coroa de girassóis amarelos e do vermelho do milharal em flor, para lhe adornar... Mas, "procuro em vão os milharais vermelhos, de vermelhas papoulas adornando as vaidosas tranças das espigas, bonecas brancas, minha meninice"...que ficou distante de nós, escorregou nas águas, voou com as palavras, perdeu-se no tempo... [...]<br /><br /> Se você estivesse esperado mais, teria visto do alto de sua janela, naquela manhã, que a chuva estava com seu véu finíssimo prestes a escorregar das nuvens, e o sol continuava oculto. O mar, então, não recebia seus raios coloridos, cheios de magia e encantamento... nem suas ondas beijavam as areias, languidamente... A suave brisa do mar estava fria e as areias molhadas - antes quentes e fofinhas -, não ofertavam o lugar ideal ao exercício de seu corpo e de sua mente, em tempos de conversas com versos... Mas, você estava ansiosa por liberdade - pelo passeio nas areias da praia; pelo encontro matinal com seus amigos-poetas; pelo abraço à imensidão do mar e pela suavidade e carinho de suas águas ecorregando em seu corpo...<br /><br /> E você partiu cheia de graça antecipada. Sua alma, impregnada de lirismo, em canto de amor ao mar, como você anunciou em sua canção: "Quero abraçar, na fuga, o pensamento da brisa, das areias, dos sargarços; quero partir levando nos meus braços a paisagem que bebo no momento". E agora, o sussurro de sua voz: "Empossei-me dos caminhos convergentes para o mar... Fui areia, agora búzios chamando os ventos do mar... Agora nascida estrela, algas, recifes coral, não me contentam areias nem me prende litoral... Sou como o sal das salinas pois fui nascida no mar"...<br /><br /> E junto aos irmãos, à família, aos amigos, à natureza - parceiros de seu caminhar no mundo - minha voz se eleva neste canto de amor!<br /><br /> ZILA, DEUS LHE ABENÇOE!<br /><br />(Texto publicado em 20 de outubro de 2008, no Diário de Natal, atualizado em outubro de 2009,<br />homenageando minha irmã Zila Mamede, pela data de 13 de dezembro de 1985, quando o mar a levou de nosso convívio).Maria José Mamedehttp://www.blogger.com/profile/17126375682818120194noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7405449132972808675.post-3521257545449453812010-12-06T16:49:00.000-08:002010-12-06T17:17:59.014-08:00Dança da libélulaPercorri os caminhos das ciências dos homens<br />- animais, plantas, terra, água, céus, mas nunca vi<br />uma dança no ar. Mas, a libélula,de asas diáfanas, doiradas de sol,<br />movimentava-se como as bailarinas clássicas, rodopiando, rodopiando,<br />tal pião solto do fio... Sempre apressada, trocava de lugar através do mimetismo<br />entre caules e folhagens verdes e amarelas... Eram imagens<br />e ecos da disputa entre uma libélula e um sapo.<br /><br />Ouvi falas de animais, de homens, do vento, da chuva<br />mas nunca escutei a música da dança da libélula<br /> - bater de asas girando, girando com rapidez -, ao som<br />da orquestração de besouros e cigarras,<br />ludibriando sapo asqueroso com seus gestos.<br /><br />Vi o teatro da natureza - serras azuis -, cortina verde<br />em palco cheio de flores, muitas flores, animais,<br />ouvindo-se o canto do sabiá. Mas, nunca vi uma libélula,<br />numa dança, em instantes, abrir incisão em talo verde:<br />aí, escondeu seus ovos da língua fina e afiada dum sapo.<br />Num labor constante, este queria roubar-lhe,<br />em ágeis movimentos, seu maior tesouro,<br />gerado do amor materno.<br /><br />Somente o tempo e a ciência encontraram a conclusão...<br /><br />(Postado por Maria José Mamede Galvão, inspirada em programa de televisão sobre o tema: "Coisas que meus olhos não alcançam").Maria José Mamedehttp://www.blogger.com/profile/17126375682818120194noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7405449132972808675.post-83364189475866813062010-10-09T02:44:00.000-07:002010-10-09T02:52:34.594-07:00Banho de estrelasOntem a lua não apareceu.<br />Na calçada<br />conversamos e tomamos vinho<br />até tarde, sob as estrelas<br />que ampliaram sua luz<br />para nos banhar!Maria José Mamedehttp://www.blogger.com/profile/17126375682818120194noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7405449132972808675.post-83014467610443789072010-10-05T01:39:00.001-07:002010-10-05T01:39:56.273-07:00Maria José Mamedehttp://www.blogger.com/profile/17126375682818120194noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7405449132972808675.post-59102212836404099332010-09-21T04:40:00.000-07:002010-09-21T05:08:40.613-07:00ImagensTodos ainda dormem.<br />E o sereno da manhã nascitura<br />veste de branco<br />(como num instante único)<br />o verde dos roçados bordados<br />de flores amarelas<br />respirando, de longe<br />o ar que das serras desce.<br /><br />E folhas secas<br />enroladas pelo vento andarilho<br />forram os caminhos quentes da tarde<br />minorando as dores e a solidão dos homens<br />no retorno do trabalho sertanejo.Maria José Mamedehttp://www.blogger.com/profile/17126375682818120194noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7405449132972808675.post-25253987674290628522010-09-20T01:53:00.000-07:002010-09-20T02:01:31.891-07:00Poema; Palmira WanderleyClara a manhã de ouro desfia<br />A meada de luz para tecer o dia.<br />Já a estrela da Alva tão formosa e boa<br />Terminara a tarefa de fiar,<br />Nas derradeiras flores de estiagem,<br />A toalha do altar,<br />Para a boda selvagem<br />Do cajueiro em flor e da lagoa...<br /><br />Ao longe, os morros verdes,<br />Embebidos na luz da manhã cor de rosa,<br />Mostraram ao sol as flores da grinalda<br />Da noiva casta, linda e venturosa.Maria José Mamedehttp://www.blogger.com/profile/17126375682818120194noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7405449132972808675.post-80216130198436655552010-09-12T12:13:00.000-07:002010-09-12T13:13:32.988-07:00BANHO DE LUA<div align="justify">A lua continua sua incursão pela natureza. Não posso vê-la no momento. Naturalmente, está cumprindo a missão que lhe foi destinada: vencendo, dialeticamente, sua trajetória num 'contínuo' circular de altos e baixos, de claros e escuros, de luzes e sombras.</div><div align="justify">Por isso, por esperá-la no cumprimento dessa missão, não coloquei minha cadeira na calçada da casa onde moro. Esses momentos são especiais. Coletivos, de múltiplos espaços, Hoje, não há momentos, apenas, para reviver tradições e costumes sertanejos. Neste momento, além da escuridão, há muito barulho na cidade, afetando minha rua. Há festa com dança e música, há buzinaços, há roncos de motores dos automóveis, há gritos de euforias dos homens e mulheres, há sons de pagodes, axés com batidas originariamente diversas, em tambores e tamborins.</div><div align="justify">E a noite vestida de negro, contaminada por esses sons espalhados pelos ventos, não é propícia a aconchegos nas calçadas. Alguns, solitários, costumeiramente, arriscam-se a balançar-se em sua cadeiras; outros, preferem esperar o retorno do brilho da lua, como eu.</div><div align="justify">Nesse retorno à tradição, as calçadas revestem-se de luzes - um misto de prazer e sedução -, quando em noites do banho dourado da lua. Seus raios diáfanos, claros, permitem-nos avistar, de longe, as pessoas em grupos pelas suas calçadas, participantes dos saraus de poesias e canções, de risos, de falas, de abraços, de alegria e saudade, enfim, de emoções diversas. </div><div align="justify">E, ainda, é possível cumprimentar e abraçar os que caminham pela rua - 'os passantes' -, aqueles que desejariam, também, estar ali, participando da homogeneidade do grupo, naquele aconchego singular: recordando fatos do passado, fazendo planos, contando de suas esperanças, vitórias ou de suas desventuras, enfim, trocando idéias, contando 'causos', jogando conversa fora durante aquele banho de lua.</div><div align="justify">Ali, naqueles momentos singulares, às vezes, todos falam ao mesmo tempo... Quem sabe... Talvez, na próxima lua cheia, tudo tenha mudado... Porque, como disse um poeta: "A vida é, apenas, um instante que passa".</div><div align="justify">E num outro olhar por esta rua, de onde estou, diviso um rio que a corta banhando-a com suas águas - ora turbulentas, ora mansas -, lá no começo da ladeira, onde os homens e mulheres iniciaram a história desta cidade: esta foi uma de suas ruas nacituras, construídas pelo esforço dos que aqui chegaram, aqui viveram e cresceram, impregnados da Fé e Amor à Sant´Ana.</div>Maria José Mamedehttp://www.blogger.com/profile/17126375682818120194noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7405449132972808675.post-43331159377311223272010-09-09T12:26:00.000-07:002010-09-09T12:38:53.163-07:00CaminhosAndei. Andei pelos seus caminhos<br />cheios de sóis e luas. O vento forte<br />não desmanchou meus cabelos castanhos<br />longos e lisos. Nem a brisa da tarde<br />empurrando as maretas<br />dedilharam as cordas do meu coração.<br />Ouvia-se, apenas, o murmúrio do canto<br />da saudade: um sussurro<br />que se perdeu na areia...Maria José Mamedehttp://www.blogger.com/profile/17126375682818120194noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7405449132972808675.post-68167912728212390172010-08-18T11:23:00.000-07:002010-09-12T13:19:09.489-07:00Homenagem à Virgem Mãe da Guia<div>E por falar em Seridó</div>
<br /><div>palpita meu coração,</div>
<br /><div>rico, belo, hospitaleiro</div>
<br /><div>antigo chão do meu chão</div>
<br /><div>seu povo é corajoso, chei de Fé e tradição!</div>
<br /><div> </div>
<br /><div>Tradição que se arraigou</div>
<br /><div>com muita Fé, devoção</div>
<br /><div>na Igreja amor dedicado</div>
<br /><div>com muita satisfação</div>
<br /><div>preces erguendo aos céus, sempre com emoção!</div>
<br /><div> </div>
<br /><div>Emoção que me enternece</div>
<br /><div>- meu coração prenuncia -</div>
<br /><div>quando se fala na Festa</div>
<br /><div>da Padroeira da Guia</div>
<br /><div>a mais bela do lugar, amor e luz irradia!</div>
<br /><div> </div>
<br /><div>E por falar em beleza,</div>
<br /><div>também não vi outra igual,</div>
<br /><div>na cidade do Acari</div>
<br /><div>festa que não tem igual</div>
<br /><div>vêm acarienses de longe, em vôo internacional!</div>
<br /><div> </div>
<br /><div>De longe, os filhos daqui</div>
<br /><div>dão sua contribuição</div>
<br /><div>Acari logo se enfeita</div>
<br /><div>ruas, praças, calçadão</div>
<br /><div>durante toda a festa, grande é a animação!</div>
<br /><div> </div>
<br /><div>Tem show na praça e leilão</div>
<br /><div>traz saudade e nostalgia</div>
<br /><div>tem também a Cavalgada</div>
<br /><div>reúne filhos de da Guia</div>
<br /><div>Festa do Agricultor, com muita cor e alegria!</div>
<br /><div> </div>
<br /><div>Todos correm nessa hora</div>
<br /><div>pra ver o desfile passar</div>
<br /><div>acompanhar o povão</div>
<br /><div>e ouvir a Banda tocar</div>
<br /><div>dobrados de Seu Felinto e a todos abraçar!</div>
<br /><div> </div>
<br /><div>E a Banda toca dobrados</div>
<br /><div>de causar admiração</div>
<br /><div>de manhã, na Alvorada</div>
<br /><div>no Giro, com atenção</div>
<br /><div>à noite, aos Cafus, todos com muita emoção!</div>
<br /><div> </div>
<br /><div>Quem assim o escreveu</div>
<br /><div>foi o Dr. Bianor</div>
<br /><div>dizendo sobre o Acari</div>
<br /><div>e o fez com muito amor</div>
<br /><div>se não fosse o seu livro, não se sabia expor!</div>
<br /><div> </div>
<br /><div>E neste momento alegre</div>
<br /><div>propício para lembrar</div>
<br /><div>quero chamar atenção</div>
<br /><div>para a Banda ouvir tocar</div>
<br /><div>subindo para a Igreja e a festa abrilhantar!</div>
<br /><div> </div>
<br /><div>Ouve-se "Ernesto Galvão"</div>
<br /><div>fazendo a alma chorar</div>
<br /><div>um dobrado refinado</div>
<br /><div>a Banda se esmera ao tocar</div>
<br /><div>belo, também, é "Estréia", faz um circo relembrar!</div>
<br /><div> </div>
<br /><div>Todo ano em agosto</div>
<br /><div>tem nova programação</div>
<br /><div>tem missa, banda na rua</div>
<br /><div>tem novena e foguetão</div>
<br /><div>e disputa de noitários, com muita agitação!</div>
<br /><div> </div>
<br /><div>Do lado direito do rio,</div>
<br /><div>a noite foi grande brilhou!</div>
<br /><div>Muita gebte veio de longe</div>
<br /><div>mais dinheiro arrecadou,</div>
<br /><div>Acauã do outro lado, a sua noite cantou!</div>
<br /><div> </div>
<br /><div>E cantou com muita alegria</div>
<br /><div>o povo também encantou</div>
<br /><div>homens de Fé - sua gente</div>
<br /><div>girândula também soltou</div>
<br /><div>na novena de Da Guia, a Banda, hino tocou!</div>
<br /><div> </div>
<br /><div>E tocou em frente a Matriz</div>
<br /><div>retreta bem afinada</div>
<br /><div>depois saudou os amigos</div>
<br /><div>por eles sendo louvada</div>
<br /><div>diante de suas casas indo até à madrugada!</div>
<br /><div> </div>
<br /><div>Satisfação é dizer</div>
<br /><div>Acari é beleza, harmonia</div>
<br /><div>seus filhos têm Fé, tradição</div>
<br /><div>louvando a Virgem da Guia</div>
<br /><div>na noite festiva de agosto, canto versos com alegria!</div>
<br /><div> </div>
<br /><div>E em sua Matriz secular</div>
<br /><div>temos que a Missa assistir</div>
<br /><div>às 10 horas, 15 de agosto</div>
<br /><div>vozes sopranos a ouvir</div>
<br /><div>do coral "Amália Rodrigues", razão de seu existir!</div>
<br /><div> </div>
<br /><div>No encerramento da Festa</div>
<br /><div>tem a grande Procissão</div>
<br /><div>de Nossa Senhora da Guia,</div>
<br /><div>caminhos de oração</div>
<br /><div>e a Banda desce tocando, com muita satisfação!</div>
<br /><div> </div>
<br /><div>Nos grandes Bailes de Outrora</div>
<br /><div>na alma, muita emoção</div>
<br /><div>dos jovens cheios de vida</div>
<br /><div>dançando com animação</div>
<br /><div>samba, valsa e bolero, estremecendo o coração!</div>
<br /><div> </div>
<br /><div>E amigo, ano após ano</div>
<br /><div>dançarinos em caminhada</div>
<br /><div>após o Baile da Festa</div>
<br /><div>- ventos frios da madrugada -</div>
<br /><div>nas largas ruas passando, uma emoção suacitada!</div>
<br /><div> </div>
<br /><div>E atenção, minha gente</div>
<br /><div>esta noite é de saudade</div>
<br /><div>convido os amigos presentes</div>
<br /><div>pra registrar felicidade</div>
<br /><div>num livro sobre Acari, folhas tecendo amizade!</div>
<br /><div> </div>
<br /><div>A tinta vem da quixaba</div>
<br /><div>do coco, faz-se o tinteiro</div>
<br /><div>o papel, da bananeira</div>
<br /><div>todo verdinho, inteiro</div>
<br /><div>a pena, do rabo do gato, um história com roteiro!</div>
<br /><div> </div>
<br /><div>Agora, vocês dão licença</div>
<br /><div>para eu, o livro escrever</div>
<br /><div>depois que todos registrem</div>
<br /><div>o que quiserem dizer:</div>
<br /><div>pego na pena e escrevo, pra história não esquecer!</div>
<br /><div> </div>
<br /><div> </div>
<br /><div> </div>Maria José Mamedehttp://www.blogger.com/profile/17126375682818120194noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7405449132972808675.post-7960916806360261872010-07-20T04:18:00.000-07:002010-07-20T04:48:15.527-07:00Exaltação ao Mons. AusônioO Senhor nos deixou rumando para a eternidade...<br />Essa partida foi plenificada com orações e cânticos sublimes,<br />regados com lágrimas de saudades.<br />Seu caminhar deixou impresso em nosso coração<br />o sinete do amor, da fraternidade, da justiça social,<br />sentimentos repartidos entre homens e mulheres de sua cidade amada.<br /><br />Na nobre missão de Sacerdote, pontilhada de momentos felizes e belos<br />e de horas de angústia e sofrimento, suas mãos de Sacerdote<br />foram instrumentos para externar o que trazia na alma e no coração<br />no cumprimento do seu ministério sagrado.<br /><br />As mãos do Sacerdote, mãos que abençoavam contritamente, as pessoas<br />acalmando tormentos e aflições, ao ajoelharem-se, timidamente para a Confissão.<br />Mãos que elevaram o Corpo de Deus presente na Sagrada Eucaristia,<br />dividindo-o mansamente com homens e mulheres nesse momento sublime,<br />momento de Fé e de Amor. [...]<br /><br />Mãos do Sacerdote, mãos que na Santa Missa presidiam o gesto solene<br />da Bênção Final: em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo<br />e do Hino à Sant ´Ana, Excelsa Padroeira, desejando momentos felizes a todos<br />na reunião fraterna e no aconchego morno da família.<br /><br />Mãos de Sacerdote, mãos de amigo que num toque peculiar<br />e carinhoso dizia, acolhendo os que o procuravam:<br /><br />- Você está bem?<br />- Você está feliz?<br /><br />Era o desejo nascido de sua alma de ver todos felizes...<br /><br />Mãos de Sacerdote, mãos de Professor<br />apontando os caminhos da vida na Igreja, na sala de aula.<br /><br />Mãos de escritor, registrando poesia e encantamento com a vida<br />do mais íntimo do pensamento, deixando impressos em seu arquivo "Coisas da vida",<br />onde, naturalmente, revelará o cerne de seu coração e o infinito do seu amor<br />a Deus e aos homens e mulheres desta terra!<br /><br />(Parte da Mensagem proferida por ocasião da Missa de 30º dia na Matriz de Sant´Ana, em C. Novos, no dia 14 de março de 2001-Publicado em Currais Novos em Revista - 2001)Maria José Mamedehttp://www.blogger.com/profile/17126375682818120194noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7405449132972808675.post-1127414174168610212010-07-20T03:19:00.000-07:002010-07-20T03:22:48.848-07:00Para o Dia do AmigoDo baú da vida:<br />retirei todos os momentos felizes<br />as flores coloridas com amor e poesia<br />os sonhos guardados para repartir com os amigos<br />as linhas para, diariamente, tecer os sonhos<br />e hoje distriuir a tessitura de tudo que guardei!Maria José Mamedehttp://www.blogger.com/profile/17126375682818120194noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7405449132972808675.post-45827923621156964422010-07-12T04:40:00.000-07:002010-07-12T05:00:15.473-07:00O outro ladoSopra o vento frio da manhã sertaneja.<br />Faz coro aos pardais, aos chiados de vasouras<br />de palha varrendo folhas secas, enroladas na minha rua.<br /><br />A cidade está nua de gente<br />de carros espanlhando sons e ruídos<br />alarmantes - músicas gritantes aos meus ouvidos.<br /><br />Todos dormem. Cavalos não troteiam<br />mais. Apenas, dormem. Seus cascos não repetem<br />a música das cavalgadas longínquas em estreitas veredas.<br /><br />Nem desenham os caminhos<br />estreitos nas manhãs/tardes/noites formatados<br />no pátio da vaquejada para o brilho dos vaqueiros!<br /><br />E os bois, machucados e sonolentos<br />ruminam sede e fome. Todos sonham com o capim verdinho<br />dos pastos, e a água corrente dos riachos defrescantes.<br /><br />E os vaqueiros? Que dizer também<br />do corpo cansado, de noites insones, da saudade?<br />De onde seus sonhos? Seus desejos? Seu alvorecer?Maria José Mamedehttp://www.blogger.com/profile/17126375682818120194noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7405449132972808675.post-49746332398794585112010-07-10T05:13:00.000-07:002010-07-10T05:18:52.255-07:00Campo de poesias:do céu - lua nuvens chuva<br /> sol estrelas<br /><br />da terra - folhas flores vento<br /> rios pedras<br /><br />da alma - tristeza mágoa alegria<br /> amor saudade pranto<br /><br />tecendo poemas com os fios do coração: choros, falas, encanto!Maria José Mamedehttp://www.blogger.com/profile/17126375682818120194noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7405449132972808675.post-26914570748506105482010-07-10T05:06:00.000-07:002010-07-10T05:09:24.186-07:00Nessa dialética<br />crepúsculos de alvores róseos<br />antecipam crepúsculos vespertinos<br />azuis, lilases, cinzas<br />- sóis e luas<br />caminhos circulares<br />do tempo.Maria José Mamedehttp://www.blogger.com/profile/17126375682818120194noreply@blogger.com0