sábado, 4 de agosto de 2012

PARA SEMPRE, Carlos Drumond de Andrade

Por que Deus permite que as mães vão embora?
Mãe não tem limite, é tempo sem hora,
Luz que não se apaga quando sopra o vento
e a chuva desaba, veludo escondido
na pele enrugada, água pura, ar puro,
puro pensamento.

Morrer acontece com o que é breve
e passa sem deixar vestígio.

Fosse eu o Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca, mãe ficará sempre
junto de seu filho e ele, velho embora,
será pequenino

Feito grão de milho.

(Socializo este belíssimo poema de Drumond  para uma reflexão com Mães e Filhos deste Brasil. Meu abraço, Maria José).

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