Cidade de sol no meu peito sertão adusto
Cidade primeira, secular madona
Erguida fronte, altaneiro busto
Do vale do rio, mais bela que a cremona.
Este teu porte divinal augusto
Domina o algodão do Seridó, a zona
Pioneira no Brasil, de seleção a custo.
No mundo a fibra, mais rica, és a Dona.
Cidade histórica, cidade preparada
Por Deus criada, a natureza se esmerou
Despertando manhãs ao som da passarada
De lindas serras, um colar te ofertou.
Rochas vivas pelo homem cinzeladas
Para o Gigante ali adormecer.
Tranquilo sonhar nas águas espalhadas
Há tantos anos, querendo ali viver.
- És tu, minha cidade! de sonho alcandorado.
Diáfanos teus dias, noites enluaradas.
Beijo-te o solo, meu berço muito amado.
Se lá não mais voltar, deixo-te o adeus às céleres pegadas.
Natal, 5-7-72.
Izaura Dantas de Araújo
* Estes belos versos foram-me entregues por Dona Iracema Galvão, amiga da autora, há muito tempo. Dona Izaura os escreveu com idade avançada. Portanto, merecem nossa atenção pela sua grandeza e significado para sua família e para o Acari.
sábado, 25 de abril de 2009
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Muito bom esse poema! Realmente merece nossa atenção.
ResponderExcluirUm abraço, querida amiga!
"Beijo-te o solo, meu berço amado"
ResponderExcluirSolo que te deu canteiros, cultivastes, semeastes e regou com carinho! a colheita foi este poema singelo e único! Lindo!