domingo, 2 de agosto de 2009

CARTA ABERTA A ACARI

Em agosto de 1996.


Antes, num outro momento, eu escrevera [...]"as cidades têm fisionomia, têm alma como as pessoas. Isto as tornam distintas. São singulares, únicas, não existem aos pares"[...] Estas palavras tiveram ressonância, ecoaram no meu sentimento por ti Acari, neste agosto sui generis, inspiração de poesias, cantos, amores, encontros, emoções...
Acari, quero dizer que tua fisionomia é ímpar. Não existe outra. Registra-se no desenho de tuas ruas, onde o casarão antigo destaca-se entre claras e modernas casas ajardinadas; nas belas praças e nos tapetes de flores multicoloridas das ruas; na austeridade e na imponência de tuas igrejas seculares; na velha e na nova ponte do rio Acauã; no museu e monumentos históricos; em tuas alegres escolas; no espelho de prata das águas do Gargalheiras; na moldura anilada das serras abraçando teu espaço.
Acari, quero falar, ainda, de tua alma. Tua alma é teu povo. É a história de teus habitantes. É "o que fazer" cotidiano dos homens e mulheres impressos nas marcas do tempo, na construção ininterrupta do amanhã. São as crenças, as esperanças, as angústias, as contradições das lutas do homem, na geração do desenvolvimento e da cultura. São as emoções das lembranças impregnadas no tempo, daqueles que ora habitam mansões celestiais.
Portanto, Acari, tua fisionomia e tua alma compõem uma totalidade, onde o amor e o desamor do homem escreveram tua história. Sob esta ótica, cada ACARIENSE foi uma página desse registro, na contribuição explícita, ou não para seu enredo.
Acari, em agosto tua história tem mais emoção, sentimento. É tempo de orar, de agradecer, de amar. É a festa da VIRGEM DA GUIA - momento de reencontro, de mãos acenando, de serestas, de banda de música tocando dobrados, de fogos, de lágrimas...

[...]"Acari! Agosto te encontrou em tua Igreja
azul/rosa/dourada em sombra de cruz" [...] (Maria José Mamede Galvão)

Acari, a ti a mensagem de tua ilustre filha:
[...]"Cantemos o Acari!

És tu minha cidade! de sonho alcandourado!
Diáfanos teus dias, noites enluaradas!
Beijo-te o solo, meu berço muito amado.
Se aqui não mais voltar, deixo-te o adeus
às celeres pgadas" (Izaura Dantas de Araújo, in memorian.).


(Texto publicado em Revista do Acari no mesmo ano, com algumas correções).

4 comentários:

  1. Belo texto!!! Brilhante, mesmo. Realmente as cidades têm identidade própria, alma, DNA, etc,... Não adiante compará-las, desejando que uma seja igual a outra, que isso não é possível. PS: Gostaria que a senhora consentisse a replicação de parte do seu texto lá no meu blog. Tenho uma reflexão que gostaria de fazer em cima dele.

    Um fraternal abraço!!

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  2. Dona Maria José,

    Liberei a postagem que eu tinha pedido autorização. Caso a senhora não aprove, é só dizer, que então eu retiro.

    Forte abraço!

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  3. Que linda declaração de amor!!!!
    Lindo texto!!

    Beijos,

    Eme

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  4. Pedro Augusto (www.seridópintadocompalavras.blogspot.com:
    Podede usar o texto que quizer. Fico feliz.
    Abraços, Maria José.

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