Num papel de areia, sol
lavado em águas do rio
com leito de pedra e cor,
compus meu poema-canção.
Seguindo as linhas da pauta,
transmití-o em cordas de vento
- o canto alegre da beija-flor
e o bater fremente do coração!
quarta-feira, 14 de abril de 2010
terça-feira, 13 de abril de 2010
Um dia você aprende que...
"Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil
diferença, entre dar a mão e acorrentar a alma. E você aprende que
amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa
segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e
presentes não são promessas. [...]"
William Shakespeare
diferença, entre dar a mão e acorrentar a alma. E você aprende que
amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa
segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e
presentes não são promessas. [...]"
William Shakespeare
sexta-feira, 9 de abril de 2010
EMOÇÕES EM ACARI
Grandes emoções permeiam o ser humano em cada aurora, em cada anoitecer, em momentos especiais.
São mudanças internas, variações do espírito-corpo que ocorrem no homem, manifestando-se como tristeza, alegria, abalo moral, comoção, raiva, amor... Para que aconteçam essas mudanças existem os motivos. Difícil é prever a hora, o dia em que possam ocorrer... Contudo, há fases da vida em que as emoções afloram com maior intensidade... Enfatizo a adolescência, onde o novo, o sonho se sobrepõem com grande força. Mas, esse preâmbulo é, apenas, para eu falar sobre emoções sentidas em Acari!
Foi em 1951, depois do encantamento e alegrias de nosso casamento, a 5 de maio: viajando de automóvel - Natal/Acari -, tive o encontro com o novo, ao divisar aquela pequenina cidade, incrustada num colar de serras azuis, da cor de anil...Emocionei-me ante aquela paisagem inesperada, tão bela e tão diferente de outros caminhos pisados... Aí, naturalmente, tive que guardar meus sohos e vivenciar uma realidade nunca antes imaginada! Emoção maior, foi o contato com outras pessoas, diferentes em seu modo de pensar e de agir, e cujos códigos de vida teria que assimilar e acrescer aos que trouxera comigo.
Em nossa cultura, maio é o mês das flores, das noivas, do culto à Maria, Virgem e Mãe! É o mês que nos fala de anjos aloirados, de orações, de cânticos sublimes, de incensos perfumados, de altares revestidos de flores coloridas.. Portanto é tempo de emoções: um misto de saudade e pesar; de tristezas e alegria...
Situo-me, então, na Matriz da Virgem Mãe da Guia, numa noite de maio em Acari: 10 de maio de 1951, aniversário de Juarez; noite patrocinada por sua famíia, nos moldes tradicionais da época. Um banco de madeira marcado com as iniciais da família nos acolheu naquela noite singular; junto a nós, sua mãe, irmãs e outros familiares. As mulheres usavam mantilhas de renda protegendo-lhes as cabeças, e portavam um manual religioso. Eram gestos costumeiros para acompanhar as orações inerentes àquele ato litúrgico, tradicional, como algumas leituras, ainda em latim.
Ao adentrar, pela primeira vez, no átrio da Matriz da Virgem da Guia, o fervor religioso uniu-se à contemplação à beleza do lugar: meus olhos extasiaram-se ante a visão dos santos nos altares e à imgem do Cristo, no alto, por trás do altar-mor, com os braços estendidos, como se estivesse relembrando seu sofrimento no Calvário.
Há muitos anos, participo, ainda, de momentos de grande emoção nas novenas e missas durante a Festa da Padroeira. Nesses momentos ímpares, a emoção se extravasa em lágrimas vertidas, impulsionadas pelo amor e saudade dos que não se encontram mais perto de mim. E durante a Missa solene de 15 de agosto, uma emoção sublime releva meu ser, anualmente, ao escutar o cântico "Coros Angélicos", uma louvação à Maria Imaculada; "O Glória" (Felinto Lúcio Dantas), e o poema "Magnificat", de Maria Santíssima. Nesses momentos, minh ´alma transporta-se ao infinito, através das vozes angelicais dos sopranos e barítonos do Coral "Amália Rodrigues de Carvallho".
Mas, "Há sempre um momento no tempo em que uma porta se abre para deixar entrar o futuro" (Grahan Green). E foi assim... uma nova porta abriu-se modificando meu modo de pensar... uma nova forma de ver o mundo passou a guiar minha vida... O tempo, amigos, se não sabem, se escorrega de mansinho, como gotas d´água, no encontro angular dos dedos.
E só o tempo registrará novas emoções permeando nosso caminhar na vida:
[...] No novo tempo que virá
quero cantar a canção que não cantei
ao te encontrar, ao te abraçar...
pelas estradas da vida
agora solitários caminhos sem você... [...]
* Para ser publicado no blog acaridomeuamor.nafoto.net, agradecendo as inúmeras mensagens
recebidas pelo dia de meu aniversário comemorado em Acari: dos familiares, amigos alunos e a Jesus, pela mensagem carregada de carinho e ternura por ele publicada.
São mudanças internas, variações do espírito-corpo que ocorrem no homem, manifestando-se como tristeza, alegria, abalo moral, comoção, raiva, amor... Para que aconteçam essas mudanças existem os motivos. Difícil é prever a hora, o dia em que possam ocorrer... Contudo, há fases da vida em que as emoções afloram com maior intensidade... Enfatizo a adolescência, onde o novo, o sonho se sobrepõem com grande força. Mas, esse preâmbulo é, apenas, para eu falar sobre emoções sentidas em Acari!
Foi em 1951, depois do encantamento e alegrias de nosso casamento, a 5 de maio: viajando de automóvel - Natal/Acari -, tive o encontro com o novo, ao divisar aquela pequenina cidade, incrustada num colar de serras azuis, da cor de anil...Emocionei-me ante aquela paisagem inesperada, tão bela e tão diferente de outros caminhos pisados... Aí, naturalmente, tive que guardar meus sohos e vivenciar uma realidade nunca antes imaginada! Emoção maior, foi o contato com outras pessoas, diferentes em seu modo de pensar e de agir, e cujos códigos de vida teria que assimilar e acrescer aos que trouxera comigo.
Em nossa cultura, maio é o mês das flores, das noivas, do culto à Maria, Virgem e Mãe! É o mês que nos fala de anjos aloirados, de orações, de cânticos sublimes, de incensos perfumados, de altares revestidos de flores coloridas.. Portanto é tempo de emoções: um misto de saudade e pesar; de tristezas e alegria...
Situo-me, então, na Matriz da Virgem Mãe da Guia, numa noite de maio em Acari: 10 de maio de 1951, aniversário de Juarez; noite patrocinada por sua famíia, nos moldes tradicionais da época. Um banco de madeira marcado com as iniciais da família nos acolheu naquela noite singular; junto a nós, sua mãe, irmãs e outros familiares. As mulheres usavam mantilhas de renda protegendo-lhes as cabeças, e portavam um manual religioso. Eram gestos costumeiros para acompanhar as orações inerentes àquele ato litúrgico, tradicional, como algumas leituras, ainda em latim.
Ao adentrar, pela primeira vez, no átrio da Matriz da Virgem da Guia, o fervor religioso uniu-se à contemplação à beleza do lugar: meus olhos extasiaram-se ante a visão dos santos nos altares e à imgem do Cristo, no alto, por trás do altar-mor, com os braços estendidos, como se estivesse relembrando seu sofrimento no Calvário.
Há muitos anos, participo, ainda, de momentos de grande emoção nas novenas e missas durante a Festa da Padroeira. Nesses momentos ímpares, a emoção se extravasa em lágrimas vertidas, impulsionadas pelo amor e saudade dos que não se encontram mais perto de mim. E durante a Missa solene de 15 de agosto, uma emoção sublime releva meu ser, anualmente, ao escutar o cântico "Coros Angélicos", uma louvação à Maria Imaculada; "O Glória" (Felinto Lúcio Dantas), e o poema "Magnificat", de Maria Santíssima. Nesses momentos, minh ´alma transporta-se ao infinito, através das vozes angelicais dos sopranos e barítonos do Coral "Amália Rodrigues de Carvallho".
Mas, "Há sempre um momento no tempo em que uma porta se abre para deixar entrar o futuro" (Grahan Green). E foi assim... uma nova porta abriu-se modificando meu modo de pensar... uma nova forma de ver o mundo passou a guiar minha vida... O tempo, amigos, se não sabem, se escorrega de mansinho, como gotas d´água, no encontro angular dos dedos.
E só o tempo registrará novas emoções permeando nosso caminhar na vida:
[...] No novo tempo que virá
quero cantar a canção que não cantei
ao te encontrar, ao te abraçar...
pelas estradas da vida
agora solitários caminhos sem você... [...]
* Para ser publicado no blog acaridomeuamor.nafoto.net, agradecendo as inúmeras mensagens
recebidas pelo dia de meu aniversário comemorado em Acari: dos familiares, amigos alunos e a Jesus, pela mensagem carregada de carinho e ternura por ele publicada.
quinta-feira, 1 de abril de 2010
ZILA MAMEDE: pedaços da vida
[...]SEU FLORESCER COMO POETISA E ESCRITORA
Desde o início da vida estudantil no Colégio da Imaculada Conceição, Zila projetou-se como uma das melhores alunas, revelando-se com tendências a escrever. Nesse tempo, circulava em Natal um jornal católico, "A ORDEM", no qual tivera chances de publicar alguns contos modernos e outros artigos relevantes para sua idade.
Certa vez, Pe. Francisco das Chagas Neves Gurgel, Capelão da Marinha, jornalista e Professor do Seminário São Pedro - e grande amigo da família -, escrevera nesse jornal, um artigo sobre Zila, sob o título "ZILA: ELA ESCREVERÁ". Esse fato, talvez teha sido um incentivo maior para o florescer de sua vida como escritora, gravado para sempre em minha memória. Entretanto, não tenho lembranças de suas publicações nesse jornal natalense.
Anos depois - 1951-1952 -, Zila publicou no Diário de Natal, 38 poemas e 06 textos em prosa, matéria inédita até o ano de 2009, fato desconhecido por sua família. Depois de "achados" nesse jornal, foram organizados num livro sob o título de EXERCÍCIOS DE POESIA - textos esparsos. Coube aos professores Humberto Hemenegildo de Araújo, Marise Adriana Mamede Galvão e Maria José Mamede Galvão a incumbência de organizá-lo. Esse livro incluiu-se na continuidade à "Coleção de Estudos Norte-Riograndenses", um programa efciente da UFRN, através do Núcleo Câmara Cascudo de Estudos Norte-Riograndenses e da Editora da UFRN-EDUFRN, apresentado ao público pelo Prof.José Ivonildo do Rego, Reitor da Universidade, no ano de 2009 [...].
(Este texto foi extraído do tema acima, integrante de uma mesa redonda em homenagem à Zila, em comemoração ao Dia Nacional da Poesia, organizado pelo Grupo Casarão de Poesia, UFRN/Campus de C. Novos e IFRN/Campus de C. Novos, no dia 26 de março de 2010).
Desde o início da vida estudantil no Colégio da Imaculada Conceição, Zila projetou-se como uma das melhores alunas, revelando-se com tendências a escrever. Nesse tempo, circulava em Natal um jornal católico, "A ORDEM", no qual tivera chances de publicar alguns contos modernos e outros artigos relevantes para sua idade.
Certa vez, Pe. Francisco das Chagas Neves Gurgel, Capelão da Marinha, jornalista e Professor do Seminário São Pedro - e grande amigo da família -, escrevera nesse jornal, um artigo sobre Zila, sob o título "ZILA: ELA ESCREVERÁ". Esse fato, talvez teha sido um incentivo maior para o florescer de sua vida como escritora, gravado para sempre em minha memória. Entretanto, não tenho lembranças de suas publicações nesse jornal natalense.
Anos depois - 1951-1952 -, Zila publicou no Diário de Natal, 38 poemas e 06 textos em prosa, matéria inédita até o ano de 2009, fato desconhecido por sua família. Depois de "achados" nesse jornal, foram organizados num livro sob o título de EXERCÍCIOS DE POESIA - textos esparsos. Coube aos professores Humberto Hemenegildo de Araújo, Marise Adriana Mamede Galvão e Maria José Mamede Galvão a incumbência de organizá-lo. Esse livro incluiu-se na continuidade à "Coleção de Estudos Norte-Riograndenses", um programa efciente da UFRN, através do Núcleo Câmara Cascudo de Estudos Norte-Riograndenses e da Editora da UFRN-EDUFRN, apresentado ao público pelo Prof.José Ivonildo do Rego, Reitor da Universidade, no ano de 2009 [...].
(Este texto foi extraído do tema acima, integrante de uma mesa redonda em homenagem à Zila, em comemoração ao Dia Nacional da Poesia, organizado pelo Grupo Casarão de Poesia, UFRN/Campus de C. Novos e IFRN/Campus de C. Novos, no dia 26 de março de 2010).
quinta-feira, 18 de março de 2010
PARA O DIA DA POESIA
Nesta casa pequena, quente
falta-lhe espaço - caminhos de vento, chuva, sol.
A outra casa
varrida pelo vento
banhada pela chuva e sol
ecoa choros, cantares, conhos:
hoje é uma casa qualquer
numa rua qualquer
- sem choro, sem canto e encanto.
falta-lhe espaço - caminhos de vento, chuva, sol.
A outra casa
varrida pelo vento
banhada pela chuva e sol
ecoa choros, cantares, conhos:
hoje é uma casa qualquer
numa rua qualquer
- sem choro, sem canto e encanto.
terça-feira, 2 de março de 2010
C A R T A S
guardadas na caixa
desbotadas
sexagenárias.
Nas linhas e entrelinhas
linda história de amor:
primeiro encontro
primeiro beijo
o ciúme
a valsa azul
na festa da despedida
- a s a u d a d e...
desbotadas
sexagenárias.
Nas linhas e entrelinhas
linda história de amor:
primeiro encontro
primeiro beijo
o ciúme
a valsa azul
na festa da despedida
- a s a u d a d e...
SAUDADE
a Jorácio
Onde as marcas do amor
em sonhos depositadas
rosa brancas / vermelhas rosas
desfolhadas ao vento da tarde?
Onde os sonhos / brancas mãos
entrelaçados dedos / em manhã doirada
felizes dias / construindo amores
ao longo dos caminhos / ardentes de sol?
Onde as tardes / multicores
longos abraços
docemente emolduraram / rostos
presença /ausência?
De repente
estrela azul caiu...
No negror da noite
restou a saudade...
(Para Jorácio, no aniversário de sua partida)
Ah Jorácio,
Se eu pudesse, meu pensamento não deixaria você. Voltaria no tempo e abraçava-o, aconchegando-o mornamente. Embalava-o em seu berço balouçante, como o fiz em muitas em muitas noites mal dormidas.
Ah Jorácio,
Se eu pudesse, esperaria você todas as noites quando retornava da escola, para abrir a porta e sentí-lo feliz, em casa.
Ah Jorácio,
Se eu pudesse, você não teria saído naquele dia, em que não retornou...
(Para Jorácio, as marcas de minha saudade)
Onde as marcas do amor
em sonhos depositadas
rosa brancas / vermelhas rosas
desfolhadas ao vento da tarde?
Onde os sonhos / brancas mãos
entrelaçados dedos / em manhã doirada
felizes dias / construindo amores
ao longo dos caminhos / ardentes de sol?
Onde as tardes / multicores
longos abraços
docemente emolduraram / rostos
presença /ausência?
De repente
estrela azul caiu...
No negror da noite
restou a saudade...
(Para Jorácio, no aniversário de sua partida)
Ah Jorácio,
Se eu pudesse, meu pensamento não deixaria você. Voltaria no tempo e abraçava-o, aconchegando-o mornamente. Embalava-o em seu berço balouçante, como o fiz em muitas em muitas noites mal dormidas.
Ah Jorácio,
Se eu pudesse, esperaria você todas as noites quando retornava da escola, para abrir a porta e sentí-lo feliz, em casa.
Ah Jorácio,
Se eu pudesse, você não teria saído naquele dia, em que não retornou...
(Para Jorácio, as marcas de minha saudade)
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