segunda-feira, 6 de abril de 2009

Açude Gargalheiras

Homenagem pelos 50 anos do Açude Gargalheiras, em Acari.

Verde entremeia
tufos de plantas (xerófitas)
às pedras lisas
pintadas de lodo
acariciadas pelas águas.
Doverde esmaecido das águas
estrelas de prata
espelham raios de sol
na manhã plicrômica:
todos os tons
todos os sons
singular musical da natureza.

Espaço aberto do açude
aconchegado pelas serras
paisagem se alongando
desenhada em recantos mil.
Navios, aviões, peixes de pedra
habitam espaço
beijados com volúpia pelas águas.

Ao balouçar das maretas
canoas pescadores
arrastam redes
peixes pululando
marcando presença
afã madrugador
humanizando açude.

Nas prainhas de areias claras
homens/mulheres
esquecem seca,
fome, discriminação.
Nadam esquecidos de tudo:
é manhã de sol e beleza!

4 comentários:

  1. Vovó, no último verso da segunda estrofe, aparece a palavra "colúpia". Acredito que seja "volúpia", né?

    Um abraço do netinho.

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  2. RETRATO PERFEITO PINTADO COM PALAVRAS MÁGICAS !
    SINTO-ME TRANSPORTADA ÀS MARGENS DO GARGALHEIRAS,OBSERVANDO SEU CENÁRIO DESLUMBRANTE ATRAVÉS DE SEUS OLHOS AMOROSOS.BEIJOS DE SUA FILHA.

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  3. Maria Mamede,

    Esse poema é lindo! Volto mais vezes aqui.
    Estou com mais um blog, desta com
    www.mariapoetamaria.blogspot.com
    visite-nos,
    um abraço,

    Eme

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  4. O trecho do poema "...homens/mulheres esquecem seca, fome, discriminação. Nadam esquecidos de tudo..." exprime de uma forma muito precisa a vida do sertanejo. A dor da seca é como a dor do parto: bastam as primeiras chuvas para o sertanejo esquecer todo o sofrimento que passou.

    Parabéns pela belíssima homenagem ao nosso Colosso.

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